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Violência gratuita

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29 de junho de 2007

O que leva uma pessoa a agredir a outra sem motivo? As notícias no país não são animadoras, porque mostram histórias em que o desrespeito pode levar um inocente à morte. Foi o caso do aposentado José Sérgio Barbosa Fontes, de 56 anos, que foi agredido na fila de um caixa eletrônico e sofreu traumatismo craniano. Na segunda-feira foi constatada a morte do diácono da igreja católica.

O aposentado recebeu um soco quando tentava impedir que um homem furasse a fila em um banco em Salvador, na Bahia. O nome do perito-técnico do IML (Instituto de Medicina Legal) que o agrediu não foi divulgado. Tudo começou errado. O homem tentou furar uma fila, o que já é um tremendo desrespeito. Quando confrontado, ainda agrediu o aposentado e um homem inocente acabou morto.

Mesmo que o agressor estivesse certo na fila, nada justificaria agredir um outro cidadão. Apesar de toda a dor da família, foi autorizada a doação dos órgãos do diácono. Um ato de amor no meio de tanta crueldade. Mas afinal, o que leva um homem a matar o outro por nada?

JOVENS

Outra agressão muito comentada na semana foi a que aconteceu com a empregada doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto, de 32 anos, que foi atacada por cinco jovens de classe média no Rio de Janeiro. Ela estava em um ponto de ônibus no último sábado quando os rapazes desceram de um carro, roubaram a sua bolsa e a atacaram com socos e pontapés. No final, alegaram que pensavam se tratar de uma prostituta.

Mas afinal, que diferença faria se Sirlei fosse uma prostituta? Ela poderia ser quem quisesse e esses jovens continuaram absolutamente errados de terem agredido a mulher. Será que eles acharam que agredir alguém era diversão? Quem, em sã consciência, pode achar divertido agredir uma pessoa?

E na última terça-feira um menino de sete anos viu os pais serem assassinados a tiros dentro do carro em um bairro nobre da capital paulista. Como a criança parece ter bloqueado a cena de sua memória e não fala sobre o assunto, a hipótese é que tenha acontecido uma tentativa de assalto. Não deu certo e os assaltantes atiraram, a sangue frio, em dois seres humanos? Pode ser, simples assim.

EDUCAÇÃO

Existe um item básico de convivência em sociedade que as pessoas parecem esquecer: o respeito ao próximo. E, claro, com isso, a violência aflora. A violência é, inclusive, proveniente de diversos outros fatores e eu atribuo a falta de educação como um dos principais. Sem educação, a família permanece desestruturada e o mundo do crime parece uma solução. Mas resolver esse problema não é fácil e nem acontece de uma hora para a outra. O desanimador é quando vemos que parece que nada está sendo feito para mudar a triste realidade das ruas. Grandes ou pequenas, hoje em dia nenhuma cidade escapa da violência.

FAMÍLIA

E permitam-me arriscar um palpite, mas eu creio que falta um pouco de fé nas pessoas. Falta Deus dentro das casas. Uma família não precisa ter dinheiro e nem bens materiais para criar um filho com dignidade e honestidade. Quando existe um ensinamento religioso, quando o indivíduo compreende que o universo é muito maior do que seu umbigo, quando a família passa os ensinamentos do bem, do trabalho, do estudo e da caridade, não há possibilidade desse jovem ir para o mundo da criminalidade.

A violência gratuita acontece por diversas razões. A base está sendo afetada e por isso as gerações futuras desses homens não têm o que esperar de bom. Violência não leva a nada, mas as crianças e adolescentes só vão compreender isso quando tiverem os exemplos bons dentro de suas casas. É assim que começa: um pouco, para mudar um todo.


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